sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Brincadeira a sério - Os games nas redes sociais

Matéria publicada no jornal O Dia, em 24 de fevereiro de 2010, com dados do IBOPE Nielsen Online



Após se firmarem como ponto de encontro na internet, as redes sociais, principalmente Facebook e Orkut, estão se tornando uma arena de jogos. Cuidar de fazendas, ilhas, animais e até de gangues ocupa agora quase um terço do tempo dos usuários desses sites. Segundo o IBOPE Nielsen Online, dos 7,2 milhões de usuários no Brasil que passaram pelo Facebook em dezembro, 32% se divertiram com algum joguinho.


Um dos perigos reais é a facilidade com que essas brincadeiras se tornam um vício. A estudante Gabriela Rivas, 20 anos, acorda todo dia às 9h para cuidar de colheitas no Farm Ville e alimentar seu monstrinho no Pet Society. Não sai de lá antes das 16h. "Cuido do bicho enquanto arrumo o quarto. Administro a fazenda enquanto faço comida. Há uns nove meses minha rotina é essa", conta a estudante. 


Cerca de 72 milhões de pessoas que participam do Farm Ville têm rotina parecida. Em dezembro, dos usuários do Facebook que entraram em aplicativos, 48% navegaram na página mais visitada do Farm Ville, 22% na do Mafia Wars e 18% na do Cafe World. 


"Quanto mais você joga, mais tem o que fazer, sempre falta algo. Requer tempo e dedicação. Daí ser viciante", explica Ronaldo Lemos, diretor do Centro de Tecnologia e Sociedade da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas. "É preciso cuidado porque alguns se envolvem demais e passam a viver em função do jogo". 


Mas também há benefícios. Quem joga precisa lidar com estratégia,colaboração e competição. E como muitos jogos são em inglês é uma forma de praticar o idioma. Artur Figueiredo, 20 anos, estudante de Engenharia de Produção, diz que os jogos o ajudam. "É preciso avaliar custo e benefício, possibilidades, planejar. Isso me ajuda nas aulas", conta. 


Para Lemos esses jogos são uma tendência que vão se aperfeiçoar nas redes sociais. "Esses são os primeiros passos. Haverá uma competição acirrada, vai ter aplicativo para tudo: distribuição de música, notícias, conteúdo. O Facebook está mais adiantado, mas o Orkut já tem um aplicativo de música integrado ao Youtube que cria rádios virtuais", avalia.


Fonte: IBOPE Nielsen Online / Portal IBOPE